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Categoria perde Antônio Domingos Bossolan, presidente do Sindicato de 1970 a 1982

 

 

É com grande pesar que comunicamos o falecimento de Antônio Domingos Bossolan, que presidiu o Sindicato dos Bancários de Maringá e Região de 1970 a 1982. O velório será neste domingo, a partir das 13h, na Capela do Prever, em frente ao Cemitério Municipal. O sepultamento está previsto para esta segunda-feira, às 9h.

 

“Perdemos um dos pilares do movimento sindical nos anos de 1970 e 1980. Sem dúvida um homem que entra para a história da luta dos trabalhadores por sua garra, perseverança, destemor e amor à causa, que defendeu por décadas. Perdemos também um grande amigo, uma pessoa de grande coração, que viveu uma vida de dedicação à família, ao próximo. O movimento sindical está de luto. Que Deus conforte a família, a todos nós”, aponta o presidente do Sindicato, Claudecir de Souza.

 

O HOMEM E A HISTÓRIA

 

Conforme escreveu o bancário e pesquisador da história do Sindicato, César Sperandio, “entre tantas ações, Bossolan tornou-se destaque e referência estadual para a categoria, inclusive escolhido para representar a categoria em um encontro nacional realizado em Porto Alegre, onde mesmo diante da presença de representantes do governo ditatorial imposto ao país naquele momento, discursa contra a situação política do país, defende mudanças nas relações sociais, e não se acovarda com a tentativa de coerção dos membros do governo presentes no evento”.

 

Continua o pesquisador: “Bossolan carrega em sua história de vida, o respeito das lideranças das mais variadas correntes ideológicas e políticas, e, não se prostrou diante de nenhuma delas, como muitos me narraram, e o próprio, ‘eu sempre lutei pela categoria, pra alguns, eu era de esquerda, para outros, de direita, eu não me preocupava muito com isto, o que eu tinha que fazer, fazia’”.

 

POR SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS

 

Ao jornal do Sindicato, Bossolan concedeu, há alguns anos, a seguinte entrevista, ao falar do período em que esteve à frente do Sindicato:

 

“Nossa maior preocupação na época foi resgatar a credibilidade e o prestígio junto a categoria e a comunidade, com sindicalização em massa e reuniões sema-nais – mini assembleias onde se discutiam condições de trabalho, reajustes salariais, formação sindical etc. O Sindicato foi inicialmente criado como uma associação, em 1957, e depois transformado em sindicato. Neste período, houve uma série de problemas. Não tínhamos comunicação como existe hoje, com telefone, Internet. Praticamente vivíamos isolados, tanto que nas principais greves que surgiram no país, como São Paulo e Rio de Janeiro, não tivemos participação.

 

Na época havia uma pressão violenta e uma espécie de ojeriza a qualquer tipo de reivindicação. A entidade que reivindicava direitos já era taxada de comunista. Não se tinha muito o que fazer, apenas voltar o trabalho para a mobilização, para a educação, informação do trabalhador bancário. Quando assumi o Sindicato o mundo vivia um momento complicado, em pleno regime militar.

Ainda assim, no período de ditadura, não ficamos inerte, houve nosso trabalho normal, mas sem qualquer vinculação com o Ministério do Trabalho, coisa que acontecia com outros sindicatos. Eles até reclamavam que nós bancários mantínhamos uma certa distância. Apesar de pouco dinheiro e arrecadação, reestruturamos todo o Sindicato. Formamos um quadro de associados, sempre visando a abertura política, e não deixando de lado a formação, a conscientização dos nossos direitos, participando de encontros nacionais e estaduais, os quais foram muitos, para elaboração e discussão de pautas de reivindicações salariais e outras questões de interesse da categoria.

 

É importante deixar claro que o sindicato não existe só em momentos de greve. A entidade tem todo um trabalho de reivindicação junto aos nossos representantes, deputados estaduais e federais, senadores. Enfim, o Sindicato é uma instituição de alto nível, dentre as nacionais e classe política. Nesta época, houve melhorias na sede administrativa, com a aquisição de três salas no Edifício Herman Lundgren e dinheiro em caixa para aquisição do terreno de 35.000 m2 onde se situa a sede campestre, orgulho de todos os bancários, não só pela sua beleza e funcionalidade, mas pelo seu alto valor de mercado.”

 

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