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Lucro de Itaú, Bradesco e Santander sobe 17,6% e passa de R$ 17 bi no segundo trimestre

Desempenho foi possível mesmo em um ambiente mais competitivo, que puxa para baixo a receita em algumas linhas como na adquirência e cartões (Aline Bronzati)

 

Os grandes bancos privados brasileiros conseguiram acelerar o crescimento de seus resultados no segundo trimestre, apesar de os dados da economia estarem abaixo das expectativas no período. Tal desempenho foi possível mesmo em um ambiente mais competitivo, que puxa para baixo a receita em algumas linhas como na adquirência e cartões, e ainda uma menor expansão das carteiras de crédito.

 

Juntos, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander Brasil entregaram lucro líquido de R$ 17,131 bilhões no segundo trimestre, aumento de 17,6% em relação ao mesmo período do ano passado, de R$ 14,568 bilhões. A taxa de crescimento superou a vista no trimestre anterior, quando o resultado consolidado dos três bancos privados de capital aberto mostrou expansão de 15,43%.

 

Sob a ótica do crédito, os bancos privados resolveram segurar um pouco as torneiras no segundo trimestre. Tanto Santander quanto Bradesco desaceleraram o ritmo de crescimento de suas carteiras.

 

A exceção foi o Itaú, que entregou uma maior expansão no período. No entanto, como já estava mais conservador frente a seus pares, ainda assim, viu seus empréstimos aumentarem em 2% ao fim de junho ante março, ritmo inferior ao do rival Bradesco, com alta de 2,2%. O Santander entregou expansão de 1,9%, na mesma base de comparação.

 

Com a aprovação da reforma da Previdência encaminhada, na opinião do presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, o crédito deve apresentar mais vigor na segunda metade do ano, sobretudo, no último trimestre. “Vemos possibilidade de engrenar um ciclo de crescimento mais vigoroso de crédito nos próximos trimestres”, disse, em conversa com a imprensa, na semana passada.

 

As receitas com prestações de serviços e tarifas bancárias seguem sob pressão, como reflexo de um ambiente mais concorrido. Mas ainda assim, os grandes bancos conseguiram entregar ganhos maiores no segundo trimestre. A cifra conjunta das três maiores instituições privadas no País aumentou 3,90%, para R$ 21,998 bilhões na comparação com o segundo trimestre de 2018.

 

Para entregar tal resultado, os bancos têm compensado menores ganhos com adquirência e cartões com outras linhas como, por exemplo, a de banco de investimentos. No caso do Itaú, o resultado fraco da Rede foi compensado por números fortes do braço de atacado do banco, o BBA, conforme destaca o diretor de renda variável da casa de análise financeira Eleven Financial, Carlos Daltozo. “Ainda assim, no semestre, o crescimento de 2,5% da receita de serviços está na parte de baixo do guidance, que foi mantido pelo Itaú. No trimestre, o custo do crédito piorou um pouco e a margem financeira com clientes cresceu 5,8% no comparativo anual, o que poderá gerar questionamento por parte dos investidores no pregão de amanhã”, destaca ele, em entrevista ao Broadcast.

 

Outra saída é ficar de olho nas despesas. Nesse sentido, Itaú Unibanco e Banco do Brasil anunciaram hoje programas de demissões para seus colaboradores. Apesar de gerarem aumento de gastos no curto prazo, tais iniciativas tendem a dar um alívio para essas instituições entregarem suas projeções de desempenho em 2019 e, principalmente, ser mais eficiente em 2020.

 

A qualidade dos ativos dos bancos privados permaneceu sob controle no segundo trimestre, com leve alta dos indicadores de inadimplência de curto prazo, que compreendem atrasos entre 15 e 90 dias. Os gastos com provisões para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, cresceram 2,96% no período ante um ano, para R$ 12,172 bilhões. Em relação aos três meses anteriores, encolheram 10%.

 

Vale lembrar que a Odebrecht, considerada pivô da Lava Jato, entrou com pedido de recuperação judicial em junho. No entanto, como previam analistas do setor, os grandes bancos não tiveram grande impacto no balanço do segundo trimestre, uma vez que além de já terem constituído um colchão para perdas com a empresa ainda detêm garantias atreladas a seus empréstimos como, por exemplo, ações da Braskem. (Fonte: Estadão)

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