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Privatização BB: mesmo sendo uma novela, não podemos baixar a guarda

CLAUDECIR DE SOUZA, PRESIDENTE DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE MARINGÁ E REGIÃO

 

A discussão sobre a privatização do Banco do Brasil já se tornou uma novela. Entra governo, sai governo e o assunto sempre volta à tona.

 

Isso não quer dizer, no entanto, que o assunto continuará sendo debatido por décadas, sem conclusão. A exemplo das novelas, é preciso ficar atento, pois tudo pode acontecer e, de uma hora para outra, podemos ter um desfecho.

 

É com esta perspectiva que atua o movimento sindical bancário nacional, entre eles nosso Sindicato de Maringá. Mesmo acreditando que não há condições para a privatização deste banco público, não podemos baixar a guarda.

 

Afinal, temos um ministro privatista, o Paulo Guedes, que, conforme ele mesmo já afirmou, se pudesse privatizaria tudo. No entanto, o governo não quer pagar o preço do desgaste em desmontar uma instituição como o BB. Além disso, o Palácio do Planalto não teria maioria no Parlamento para esta empreitada.

 

Em entrevista no dia 06/07, Guedes disse que o governo realizaria quatro privatizações em 90 dias. Na lista – um pouco mais extensa – estariam, segundo o secretário de desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, Correios, Telebrás, Eletrobrás, Dataprev, Serpro e CBTU.

 

Quanto ao BB não há indicativo. O presidente demissionário da instituição, Rubem Novais, afirmou que era a favor da privatização, mas as “barreiras dentro do próprio governo são enormes e nada andou”.

 

Vale lembrar que o momento em que o Banco do Brasil esteve mais próximo de ser privatizado foi na década de 1990, quando foi preparado para isso, no processo de demissões e enxugamento ocorrido sob Fernando Henrique Cardoso. Naquele período, grandes empresas públicas foram privatizadas.

 

Como frisamos, sabemos que risco sempre há, as articulações podem mudar a qualquer momento, enfim, é preciso ficar atento, acompanhando tudo muito de perto.

 

Por isso, o Sindicato, ao lado de demais entidades sindicais, mantém forte acompanhamento e articulação em Brasília, monitorando tudo de perto.

 

Temos de estar prontos para atuar, mesmo que para dissipar somente um boato. Sabemos que os governos agem “medindo a temperatura” em torno dos próximos passos que pretendem dar. Em outras palavras, lançam um tema e aguardam a repercussão pública. Se não houver reação, dão sequência ao projeto. É a rápida e articulada reação que põe fim a planos como este de privatização.

 

Vale lembrar o caso da Copel. O Governo Jaime Lerner trabalhou arduamente para tentar privatizar a estatal elétrica paranaense, mas a reação foi tão forte e presente, que os deputados estaduais foram “convencidos” a não assinar embaixo no projeto privatista do governador.

 

PATRIMÔNIO NACIONAL

 

No caso do Banco do Brasil, estamos falando de um patrimônio nacional, com mais de 200 anos de história. Uma empresa lucrativa, que funciona como um regulador em um setor essencial da economia, que fomenta empresas, atua na infraestrutura do país e ainda possui um corpo de funcionários extremamente qualificado. Não há qualquer razão para se falar em privatização.

 

Por isso, reforço, nós do movimento sindical, juntamente com os colaboradores deste banco, estamos sempre em luta contra qualquer tentativa de privatização. Sendo boato ou não, prontamente agimos lançando mão de todos os meios possíveis, como articulação no Congresso, junto a centrais sindicais, às organizações de defesas dos trabalhadores do banco, protestos, entre outros meios.

 

O BANCO DO BRASIL É NOSSO, DE TODOS OS SEUS FUNCIONÁRIOS, DO POVO BRASILEIRO E DISSO NÃO ABRIMOS MÃO.

 

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