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Por que os sindicatos existem?

CLAUDECIR DE SOUZA, PRESIDENTE DO SINDICATO

Cada um de nós possui uma concepção de mundo formada ao longo de nossa vida, resultado das interações sociais, das experiências, da convivência, do que lemos, ouvimos, vemos. Temos, como diz a música Raul Seixas, “Esta velha opinião formada sobre tudo, sobre todos…”.
E esta concepção de mundo, este filtro, na maioria das vezes, não nos permite olhar as coisas a nossa volta sob uma nova lente, ou, o que é mais importante, buscar sua origem.
Temos, muitas vezes, uma ideia fixa sobre algo ou alguém e não paramos para analisar porque pensamos assim ou assado, porque gostamos disso ou daquilo, apoiamos esta ou aquela ideologia.
E a melhor maneira de trocar de vez em quando nossa lente sobre o mundo é tentar entender a origem do que existe hoje. E aqui chamo a atenção para a origem do movimento sindical.

Origem dos sindicatos

Tente, por instante, parar um pouco e refletir, antes de prosseguir a ler este artigo.
-Qual sua visão sobre os sindicatos?
-Você sabe por que eles existem?
-O que você pensa a respeito desta instituição?
-Por que foram criados, lá nos primórdios?
Independentemente do que você pensa a respeito do sindicato, vamos à história, às origens do movimento sindical em nosso país.
No Brasil, o sindicalismo surgiu na passagem do século 19 para século 20. Naquela época, o Brasil passava da escravidão para o trabalho assalariado.
Agora, você pode imaginar o contexto de vida daquela época. Os donos das fábricas eram acostumados a lidar com escravos, tanto do meio rural quanto urbano. As jornadas de 12, 15 horas levavam os operários à exaustão, muitos morrendo literalmente de tanto trabalhar.
Ainda é preciso levar em consideração as condições com que este trabalho era executado. Ambientes insalubres, claustrofóbicos. Milhares sofriam mutilações ao operar maquinários, outros contraiam doenças comuns à época como tuberculose. E nem precisa dizer o que acontecia ao trabalhador quanto ficava doente ou incapacitado para o trabalho.
Vale citar também que nestes mesmos ambientes trabalhavam mulheres e crianças.

Como surgem os sindicatos?

Os sindicatos nascem, portanto, na necessidade de se fazer o enfrentamento por melhores condições de trabalho, de segurança e de salários.
É lógico que esta ideia foi recebida a bala em alguns locais, com prisões em outros. Mas o sacrifício de muitos, a persistência, aos poucos foi “esticando a corda”, ou seja, aos poucos foram sendo arrancadas alguns direitos.
Nada de maneira rápida, mas muito lentamente. E com muito sacrifício, muito sangue.
Inclusive os bancários foram vanguarda nesta luta. Antes, o trabalhador bancário cumpria jornada superior a 10 horas. A jornada de seis horas foi garantida inclusive para se reduzir as mortes causadas aos bancários que mantinham contato com dinheiro nos subsolos dos bancos.
E ao longo desse período, o movimento sindical não teve folga. Cada conquista, cada greve, cada mobilização tinha suas consequências. Prisões, perseguições, mortes e um pequeno avanço.

E está a luta sindical hoje?

Se hoje cada bancário tem direito ao trabalho de seis horas diárias de segunda a sexta, tem tíquete, tem PLR, tem um salário diferenciado em relação a maioria absoluta da população, tem inúmeros auxílios, tudo isso é resultado de uma luta permanente.
O patrão, por sua vez, nada dá de graça, pelo contrário, tenta sempre retirar. E é exatamente o que estão fazendo agora. Lutando, com seus poderosos lobbys no congresso e no Governo para reduzir direitos.

E o que mais nos causa espanto. Muitos trabalhadores, mesmo sendo “tosquiados” pelos patrões e os donos do poder – banqueiros, Governo, Congresso etc –, batem palmas quando os patrões passam a atacar os sindicatos.
Se esquecem que são os sindicatos os seus únicos defensores, a resistência aos abusos, ao despotismo patronal, aos lobbys que visam retirar direitos.
LEMBRE-SE QUE FOI GRAÇAS AOS SINDICATOS, que hoje temos inúmeros direitos. NADA VEIO DE GRAÇA.
Por isso, fortaleça o seu SINDICATO. O momento atual é de LUTA E RESISTÊNCIA. E você faz parte deste embate. AFINAL, O SINDICATO SOMOS TODOS NÓS.

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